Linhas de Pesquisa

Avaliação da contaminação ambiental e humana por elementos-traço

Estudar o ciclo biogeoquímico do mercúrio (Hg) e do arsênio (As) em ambientes remotos (Amazônia, Pantanal), industriais e urbanos. Avaliar as fontes de emissão. Estudar os processos de transferência nas interfaces atmosfera/solo/água. Desenvolver, validar, implantar métodos analíticos para dar suporte a esta linha de pesquisa. Fornecer dados para subsidiar politicas publicas de redução dos usos e das emissões de Hg, e de contaminação por As.

Contaminação ambiental por fármacos e seus processos de degradação

Avaliar as fontes e as concentrações de fármacos, seus metabolitos e seus resíduos em ambientes terrestres e aquáticos; estudar seus processos de transferências na interface solo/água; avaliar sua ecotoxicologia; estudar seus processos de transformação no ambiente (foto e biodegradação); estudar sua degradação por processos oxidativos avançados.

Projetos de Pesquisa em Andamento

Métodos de amostragem e análises para estudos do mercúrio atmosférico

A Convenção de Minamata, acordo global que prevê a redução do uso e das emissões de mercúrio (Hg), foi assinada em 2013 por 128 países membros das Nações Unidas, entre eles o Brasil. A deposição úmida de Hg pode ser utilizada como parâmetro indicador de fontes de emissão. Valores de concentrações de Hg em água de chuva são necessários para a quantificação da deposição local/regional, e estabelecimento dos riscos de contaminação do ambiente. No Brasil, estima-se que as emissões de Hg originárias de resíduos sólidos são de cerca de 12 t/ano e as emissões a partir da queima da floresta amazônica da ordem de 6 a 9 t/ano. Entretanto, não se tem informação sobre onde e/ou como estas emissões impactam o ambiente e a saúde humana. Frente à escassez de dados, o Diagnóstico preliminar sobre o mercúrio no Brasil publicado pelo Ministério do Meio Ambiente (2013) aponta para a evidente necessidade do levantamento de dados de concentração e especiação de mercúrio na atmosfera. O projeto tem como objetivos: 1) implantar e validar um método de determinação do Hg em água de chuva; 2) desenvolver um amostrador passivo de mercúrio gasoso elementar (MGE) baseado em nanopartículas de ouro visando o mapeamento de áreas de risco em termos de emissões de MGE.

Apoio financeiro: Projeto regular FAPESP 2016/03559-7

Resíduos de Medicamentos Veterinários no ambiente

Medicamentos de uso veterinário têm sido amplamente utilizados na cadeia de produção animal a fim de assegurar a saúde e o bem estar dos animais. Indubitavelmente, o uso de medicamentos veterinários na agropecuária, em especial antimicrobianos e antiparasitários, tem permitido aumentar a produtividade e alavancar a competitividade do agronegócio brasileiro a nível nacional e internacional. De modo geral, os fármacos não são completamente metabolizados, sendo excretados via urina e/ou fezes. Deste modo grandes quantidades de fármacos, metabólitos e/ou produtos de degradação são lançadas no ambiente a cada ano. Os resíduos podem acumular-se no solo, acumular em vegetais, assim como serem transportados para os corpos d'água. A presença de antimicrobianos no ambiente pode impactar organismos terrestres e aquáticos e levar ao desenvolvimento de bactérias resistentes. De fato, pouco se sabe sobre os efeitos crônicos da exposição a baixas concentrações destes resíduos no ambiente. Estudos sobre sua presença, a dinâmica e a toxicidade no ambiente são ainda muito limitados para numerosos medicamentos e a maioria dos estudos restringem-se à detecção de fármacos em água. No Brasil, pode se considerar que dados deste tipo para fármacos veterinários são inexistentes. Em decorrência do exposto, esta linha tem como objetivos avaliar a ocorrência, o comportamento e os efeitos ecotoxicológicos de antimicrobianos e antiparasitários de uso veterinário no ambiente.

Apoio financeiro: Projeto temático FAPESP 2013/09543-7

Projeto temático INCTAA-FAPESP/CNPQ 465768/2014

Ciclo biogeoquímico, ocorrência e especiação do Arsênio na região de Nhecolândia (Pantanal).

A Nhecolândia, uma das maiores sub-regiões do Pantanal Matogrossense, se caracteriza pela presença de um grande sistema lacustre. Este é formado por aproximadamente 15000 lagoas, com águas que passam de oligosalinas a hipersalinas em função do grau de salinidade, variável no espaço e ao longo das estações. Este ecossistema, único no mundo, ainda é pouco conhecido cientificamente. Contudo, pesquisas que vem sendo desenvolvidas têm permitido conhecer a variabilidade espaço-temporal do funcionamento hidrogeoquímico complexo dessa área. Esta linha está focada em análises de especiação química e dinâmica do arsênio, elemento tóxico que ocorre em alta concentração nesse ambiente de lagoas.

Apoio financeiro: Projeto temático FAPESP 2016/14227-5